quinta-feira, 17 de dezembro de 2015


“Moren@, não. Eu sou negr@!” no debate das cotas raciais

“Mais da metade da população brasileira se autodeclarou negra, preta ou parda no censo realizado pelo IBGE em 2010. Mas apenas 26 em cada 100 alunos das universidades do país são negros. Apesar de ainda muito inferior, o acesso da população negra ao ensino superior aumentou 232% na comparação entre 2000 e 2010. Os dados constam no infográfico Retrato dos negros no Brasil feito pela Rede Angola.”
Geledés, 2014

Após realizar a II Edição da Campanha de Afirmação da Identidade Negra no ano do Censo 2010, contribuindo assim para o aumento da autodeclaração da população negra, a Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraíba relançou a sua terceira versão em diferentes espaços públicos.
Um primeiro relançamento aconteceu no evento “Cotas e Cidadania – um direito seu”, realizado no dia 29 de março, na Universidade Federal da Paraíba, organizado pela BAMIDELÊ, em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI). O debate pautou a necessidade de se aperfeiçoarem políticas públicas no tocante a entrada e a permanência de cotistas no ensino superior, para superação da situação atual, referido na epígrafe deste texto, na qual dados do IBGE (2010) informam que, apesar da população negra representar mais de 50% de brasileiros(as), há uma subrepresentação no acesso as vagas de educação superior.
Sem dúvida, o aumento do número de matrículas de pessoas negras, ocorrido em dez anos – 2000 a 2010 –, resultado da aprovação das cotas sociais e raciais na maioria das Universidades brasileiras. Considerando os desafios colocados para ampliação da democratização do acesso as vagas nas universidades e visando expandir suas ações de afirmação da identidade negra, a Bamidelê reelaborou as imagens utilizadas na Campanha e inseriu-as em seus perfis nas redes sociais, como o twitter e o facebook e buscou dialogar com a comunidade universitária. Vale salientar que em todas as edições a Organização de Mulheres Negras na Paraíba também utilizou panfletos, adesivos, e vendas de camisas com o slogan “Moren@, não. Eu sou Negr@!”, como meios de divulgação.
A edição de 2012 da Campanha de Afirmação da Identidade Negra também foi marcada como uma das ações política do projeto “Yépada: mulheres negras na luta contra o racismo e na defesa dos direitos humanos”. Criado com o objetivo de afirmar o debate a respeito do atendimento às demandas e ao acesso aos direitos negligenciados a essa significativa parcela da população paraibana, o projeto foi iniciado em 2011 e no ano seguinte ainda estava em execução.
Com isso, a participação da “Moren@, não. Eu sou negr@!” nessa proposta foi de extrema importância, pois a construção e a afirmação da identidade negra é crucial para o enfrentamento às desigualdades sociorraciais, e sua terceira edição teve como principal finalidade fortalecer o debate público acerca desta temática, com o intuito de envolver todos e todas na luta antirracista e afirmar os Direitos Humanos na Paraíba.
E nos anos seguintes, você sabe como as ações estão sendo constituídas? Quer ficar informado sobre os próximos passos da Campanha? Então, não deixa de seguir o nossoblog. Em breve tem mais post.

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