quarta-feira, 28 de março de 2012

Campanha de promoção da identidade negra é lançada pela Bamidelê

Por Mabel Dias

“Morena, não. Eu sou negra!” – Este foi o tema da Campanha de Promoção da Identidade Negra na Paraíba, lançada pela Organização de Mulheres Negras – Bamidelê, em 2009.
A campanha teve grande repercussão no estado e está sendo relançada nesta quinta-feira (29) pela entidade, dentro do seminário “Cotas e cidadania – um direito seu”, evento realizado em parceria com o Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indígenas  (NEABI), no auditório do CCHLA, na Universidade Federal da Paraíba.  A campanha “Morena, não! Eu sou negra!” tem entre seus objetivos contribuir para a valorização da raça negra na Paraíba, através da afirmação da identidade de negras/os, como também ampliar o debate junto à sociedade sobre as relações raciais e a necessidade de políticas públicas que promovam a igualdade racial.
De acordo com o Mapa da População Preta e Parda no Brasil, com base em indicadores do Censo do IBGE de 2010, aumentou em 7,6 pontos percentuais o número de municípios onde nos domicílios há maioria de pretos e pardos – de 49,2% para 56,8%.
No Norte e no Nordeste, respectivamente, 97,1% e 96,1% dos municípios são formados por maioria preta e parda.  Na capital paraibana, 53,9% da população é composta de pretos e pardos, porém a presença de negros/as em espaços como universidades, parlamentos, órgãos públicos, não reflete esta realidade.
Para a coordenadora da Bamidelê, Terlúcia Silva, a pesquisa mostra que a Campanha “Morena, não! Eu sou negra!” promovida pela organização em 2009 pode ter contribuído para que a população paraibana respondesse ao Censo do IBGE 2010 afirmando sua identidade negra.
O coordenador da pesquisa do Mapa da População Preta e Parda no Brasil, Marcelo Paixão, reforça a fala de Terlúcia Silva. Para ele, os indicadores com base no Censo 2010 foram influenciados pelo processo de valorização da presença afrodescendente na sociedade brasileira e pela adoção das políticas afirmativas.
Cotas na universidade – O seminário “Cotas e cidadania – um direito seu”, terá início as 14h30 com a realização de rodas de diálogo. Em seguida, na praça da alegria do CCHLA, acontece a apresentação cultural do grupo de mulheres capoeiristas, e a noite, no auditório do CCHLA, o debate sobre a importância da adoção de políticas de ações afirmativas nas universidades públicas brasileiras, com o professor doutor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, João Feres. A UFPB adotou a política de cotas em 2010 e tem como proposta reverter o quadro de desigualdades educacionais e raciais entre negros e brancos, promovendo a inclusão social e garantindo o acesso a direitos previstos na Constituição Federal, como a educação pública e de qualidade.



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