Na próxima quarta-feira (23), completa-se um ano que o Brasil perdeu Abdias Nascimento, o maior e mais importante defensor dos direitos dos afrodescendentes e da igualdade racial.
Para homenagear Abdias e marcar a data, o Instituto
de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) realizará, no Rio de Janeiro,
uma cerimônia inter-religiosa seguida de um momento cultural com diversas
atrações.
A cerimônia, que contará com a participação de
diversas autoridades religiosas de matriz africana, será marcada pela exibição
de imagens inéditas da deposição das cinzas de Abdias Nascimento na Serra
da Barriga – AL, em 13 novembro de 2011.
O local onde será realizada a celebração também
promete emocionar todos os participantes. Segundo Elisa Larkin Nascimento,
diretora do Ipeafro, a escolha pelo sítio arqueológico do Cais do Valongo, no
centro do Rio de Janeiro, não poderia ser mais acertada. “A cerimônia será
realmente emocionante, uma vez que será realizada em um local de enorme significado
para a população afro-brasileira, onde pelo menos 1 milhão de nossos
antepassados entrou escravizado no Brasil”, afirma.
Ainda de acordo com Elisa, a base do ato cultural
incluirá leituras de poesias e homenagens recebidas pelo Ipeafro ao longo desse
ano, além de vídeos e apresentações ao vivo da escola de samba Acadêmicos de
Vigário Geral, que em 2012 desfilou com um samba enredo que abordava a vida e a
obra de Abdias Nascimento.
Pioneiro do movimento negro – Com
uma trajetória marcada pelo ativismo, Abdias teve como resultado de suas
iniciativas importantes desdobramentos na defesa e na inclusão dos direitos dos
afrodescendentes brasileiros. Como primeiro deputado federal afro-brasileiro a
dedicar seu mandato à luta contra o racismo (1983-87), apresentou projetos de
lei definindo o racismo como crime e criando mecanismos de ação compensatória
para construir a verdadeira igualdade para os negros na sociedade brasileira.
Como senador da República (1991, 1996-99), continuou nessa linha de atuação e
foi o primeiro titular da Secretaria Estadual de Cidadania e Direitos Humanos
(1999-2000) de São Paulo.
A cerimônia inter-religiosa e o ato cultural serão abertos ao público.
Fonte: Fundação Palmares
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