Esta semana um ato de discriminação
racial foi pauta na mídia. O fato aconteceu na cidade de Brasília, em um
shopping da Asa Norte. A funcionária de um cinema local, Marina Serafim de Jesus,
foi vítima de injúria racial praticada pelo médico psiquiatra, Campos de
Menezes, que entre as ofensas racistas, afirmou “que ela era grossa por conta
de sua cor e devia estar na África cuidando de oragotangos”.
Marina Serafim, uma jovem negra
de 25 anos, prestou queixa na 5º DP e reconheceu o agressor, que fugiu do local
após as pessoas que estavam na fila do cinema chamarem os seguranças do shopping.
De acordo com o delegado que cuida do caso, Ailton Rodrigues, o psiquiatra será
indiciado pelo crime de injúria discriminatória, com pena prevista de 01 a 03
anos de reclusão.
Campos de Menezes já é reincidente
no crime. Em 2002, ele ofendeu uma mesária, com frases racistas, em uma fila de
votação, durante as eleições daquele ano.
Até o momento, o médico
psiquiatra, que foi intimado a depor, não se apresentou à polícia.
Segundo a advogada da Bamidelê –
Organização de Mulheres Negras na Paraíba, Luana Natielle Basílio da Silva, o
psiquiatra cometeu o crime de injúria racial, previsto no artigo 140, parágrafo
3º do Código Penal brasileiro. “Este fato não se configura como racismo porque
a jovem não foi impedida de estar no local por ser negra, ela não foi segregada
dos demais”, explica Luana Natielle. Mesmo assim, de acordo com a advogada da
Bamidelê, o que aconteceu é tão grave e inadmissível quanto o crime de racismo.
“É inadmissível que as pessoas negras continuem sendo tratadas desta forma, que
o preconceito continue vigorando em nossa sociedade”, afirmou Luana Natielle.
O que aconteceu com Marina
Serafim é apenas um dos inúmeros casos de discriminação racial que acontecem
quase que diariamente no Brasil. A jovem, apesar de abalada, mantêm-se firme e
denunciou o agressor. Espera-se agora
que a lei seja cumprida.
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