Debater
com os jornalistas sobre a cobertura que a imprensa realiza em relação às
pautas relacionadas às questões de gênero, raça e etnia, para promoção de uma
mídia inclusiva e isenta de discriminações e estereótipos. Este é o principal
objetivo da oficina “Enegrecendo o jornalismo paraibano – uma discussão sobre
as desigualdades etnicorraciais e de gênero na mídia”, que será realizada pela
Bamidelê –Organização de Mulheres Negras na PB, em parceria com a Associação
Paraibana de Imprensa (API), na próxima terça-feira (29), às 14, no Hotel
Xênius, bairro do Cabo Branco.
A
ação, que é pioneira no estado, conta com o apoio do Fundo Elas e tem como
público, produtores, chefes de redação, repórteres, redatores, assessores de
comunicação, radialistas, editores e diretores de jornalismo da imprensa
paraibana, que estejam ou não na ativa.
A
oficina será divida em duas partes. A primeira será conduzida pela jornalista e
assessora de comunicação da Bamidelê, Mabel Dias, que fará uma breve análise da
cobertura jornalística realizada pela mídia paraibana em relação à pauta do
movimento negro e de mulheres negras. Em seguida, a professora doutora em
Sociologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Ivonildes Fonseca, vai
debater com os profissionais da comunicação sobre os principais assuntos
abordados pela mídia, entre eles, cotas raciais, mortalidade materna das
mulheres negras, religião de matriz africana e extermínio da população negra.
Durante
a oficina, a advogada da Bamidelê, Luana Natielle Basílio, apresentará a
segunda edição da campanha de promoção da identidade negra na Paraíba, “Morena/o,
não! Eu sou negra/o!” que tem utilizado as redes sociais, além de panfletos,
cartazes e vídeos, para ampliar o debate contra o racismo e o sexismo e
difundir informações que apresentem a realidade da população negra, a
discriminação racial no cotidiano, e as experiências e ações de combate ao
racismo e ao sexismo desenvolvidas pela Bamidelê.
Para
contribuir com a elaboração de conteúdo diário produzido pelos jornalistas, a
Bamidelê irá distribuir entre os participantes uma cartilha que trará dados
estatísticos sobre a realidade da população negra paraibana e brasileira, bem
como textos que abordem importantes temas de atuação para o movimento negro e
de mulheres negras, como a imagem da mulher negra na mídia, identidade negra, cotas
raciais, extermínio da juventude negra, intolerância religiosa, entre outros.
“Os meios
de comunicação e seus profissionais se veem constantemente atropelados pelas
demandas do dia-a-dia, reportagens, entrevistas, artigos, notícias de última
hora e muitas vezes não conseguimos potencializar nossos próprios processos
formativos. Dentro deste contexto, esta oficina tem o intuito de colaborar com
a promoção e difusão de informações acerca desta parcela invisibilizada da
população brasileira, contribuindo para a desconstrução de mitos sobre esta
temática, assim como a construir uma mídia inclusiva, que não replique imagens
estereotipadas sobre a população negra” , afirmou a advogada da Bamidelê, Luana
Natielle Basílio
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