Por Mabel Dias
A oficina “Enegrecendo o
Jornalismo Paraibano – uma discussão sobre as desigualdades etnicorraciais e de
gênero”, realizada pela Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraíba,
em parceria com a Associação Paraibana de Imprensa (API), no último dia 29 de
maio, recebeu várias manifestações de apoio e reconhecimento pela iniciativa,
oriunda de jornalistas e ativistas do movimento de mulheres no Brasil.
Para
a professora de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco e integrante
do Conselho Curador da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Ana Veloso,
esta discussão com a imprensa é fundamental para que tenhamos um jornalismo mais comprometido com
sua função social. “Enfrentar o racismo, a homofobia/lesbofobia e o sexismo
devem fazer parte do compromisso ético e político de nossa profissão.”, afirmou
Veloso.
A
jornalista e escritora Angélica Basthi, que também faz parte da Cojira –
Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Sindicato de Jornalistas do estado
do Rio de Janeiro ressalta
que a mídia brasileira tem sido palco privilegiado para a reprodução de
estereótipos e invisibilização das populações historicamente discriminadas. “Iniciativas
como essa da Bamidelê são fundamentais para auxiliar os jornalistas na
cobertura qualificada dos temas relacionados à população negra, sobretudo na
temática do gênero, raça e etnia. Parabéns à Bamidelê pela iniciativa!"
"Negras
e negros na mídia brasileira sempre aparecem de forma errônea, subalterna e
incapaz, como cidadãos sem nenhuma categoria e como se não merecessem respeito
como seres humanos”, chamou à atenção Silvana Veríssimo, presidenta do Nzinga Mbandi, Organização
de Mulheres Negras de São Paulo. Para ela, a ação da Organização de Mulheres Negras
Bamidelê, realizando a oficina “Enegrecendo o Jornalismo”, contribui para que
essa visão negativa e deturpada da população negra, maioria no Brasil, seja
repensada, fazendo com que os profissionais de jornalismo se
conscientizem do racismo institucional, estrutural e latente existente no país
e busquem estratégias para combatê-lo.
Para a
ativista feminista, Lina Efigênia, a oficina é uma iniciativa merecedora de
respeito e reconhecimento.
Segundo Lina, sua importância é fundamental para a interlocução efetiva entre os movimentos de direitos humanos/movimento de mulheres e @s profissionais de mídia, por possibilitar a reflexão sobre a estigmatização e os estereótipos que a mídia reproduz, contribuindo assim, irresponsavelmente, para a sua perpetuação. “Nós mulheres negras fomos (e ainda somos) alijadas da história oficial deste País, ao qual demos nossa contribuição, mesmo que tenha sido através do trabalho e de nossa atuação como escravizadas; e continuamos a fazê-lo, nas mais diversas ocupações, sem que sejamos reconhecidas”, afirma.
Segundo Lina, sua importância é fundamental para a interlocução efetiva entre os movimentos de direitos humanos/movimento de mulheres e @s profissionais de mídia, por possibilitar a reflexão sobre a estigmatização e os estereótipos que a mídia reproduz, contribuindo assim, irresponsavelmente, para a sua perpetuação. “Nós mulheres negras fomos (e ainda somos) alijadas da história oficial deste País, ao qual demos nossa contribuição, mesmo que tenha sido através do trabalho e de nossa atuação como escravizadas; e continuamos a fazê-lo, nas mais diversas ocupações, sem que sejamos reconhecidas”, afirma.
A ação da Bamidelê também recebeu apoio das jornalistas Jeanice Ramos, de Porto Alegre; Juliana César Nunes, da EBC, de Brasília; Bia Barbosa, do Coletivo Intervozes, São Paulo; da educadora do SOS Corpo, de Recife, Paula de Andrade; e da professora de Comunicação da UEPB, Sandra Raquew, da Paraíba.
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