segunda-feira, 4 de junho de 2012

Jornalistas e ativistas do movimento de mulheres parabenizam Bamidelê pela oficina Enegrecendo o Jornalismo PB





Por Mabel Dias

A oficina “Enegrecendo o Jornalismo Paraibano – uma discussão sobre as desigualdades etnicorraciais e de gênero”, realizada pela Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraíba, em parceria com a Associação Paraibana de Imprensa (API), no último dia 29 de maio, recebeu várias manifestações de apoio e reconhecimento pela iniciativa, oriunda de jornalistas e ativistas do movimento de mulheres no Brasil.

Para a professora de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco e integrante do Conselho Curador da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Ana Veloso, esta discussão com a imprensa é fundamental para que tenhamos um jornalismo mais comprometido com sua função social. “Enfrentar o racismo, a homofobia/lesbofobia e o sexismo devem fazer parte do compromisso ético e político de nossa profissão.”, afirmou Veloso.

A jornalista e escritora Angélica Basthi, que também faz parte da Cojira – Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Sindicato de Jornalistas do estado do Rio de Janeiro ressalta que a mídia brasileira tem sido palco privilegiado para a reprodução de estereótipos e invisibilização das populações historicamente discriminadas. “Iniciativas como essa da Bamidelê são fundamentais  para auxiliar os jornalistas na cobertura qualificada dos temas relacionados à população negra, sobretudo na temática do gênero, raça e etnia. Parabéns à Bamidelê pela iniciativa!"


"Negras e negros na mídia brasileira sempre aparecem de forma errônea, subalterna e incapaz, como cidadãos sem nenhuma categoria e como se não merecessem respeito como seres humanos”, chamou à atenção Silvana Veríssimo, presidenta do Nzinga Mbandi, Organização de Mulheres Negras de São Paulo. Para ela, a ação da Organização de Mulheres Negras Bamidelê, realizando a oficina “Enegrecendo o Jornalismo”, contribui para que essa visão negativa e deturpada  da população negra, maioria no Brasil, seja  repensada, fazendo com que os profissionais de jornalismo se conscientizem do racismo institucional, estrutural e latente existente no país e busquem estratégias para combatê-lo.

Para a ativista feminista, Lina Efigênia, a oficina é uma iniciativa merecedora de respeito e reconhecimento.
Segundo Lina, sua importância é fundamental para a interlocução efetiva entre os movimentos de direitos humanos/movimento de mulheres e @s profissionais de mídia, por possibilitar a reflexão sobre a estigmatização e os estereótipos que a mídia reproduz, contribuindo assim, irresponsavelmente, para a sua perpetuação. “Nós mulheres negras fomos (e ainda somos) alijadas da história oficial deste País, ao qual demos nossa contribuição, mesmo que tenha sido através do trabalho e de nossa atuação como escravizadas; e continuamos a fazê-lo, nas mais diversas ocupações, sem que sejamos reconhecidas”, afirma. 
A ação da Bamidelê também recebeu apoio das jornalistas Jeanice Ramos, de Porto Alegre; Juliana César Nunes, da EBC, de Brasília; Bia Barbosa, do Coletivo Intervozes, São Paulo; da educadora do SOS Corpo, de Recife, Paula de Andrade; e da professora de Comunicação da UEPB, Sandra Raquew, da Paraíba.








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