Esta semana uma rede de TV
brasileira exibiu a história de duas mulheres que contrariaram as estatísticas,
superaram os obstáculos e conseguiram chegar até a universidade: Laissa Sobral,
de 19 anos e Walkiria Benites, de 36.
A jovem negra Laissa, trabalhava
em uma cooperativa de reciclagem de resíduos sólidos, em São Paulo. Trabalho
realizado também pela mãe e pela avó dela. Laissa aproveitava as folguinhas na
cooperativa para estudar. 15 minutos já era suficiente para ela revisar a
matéria quando estava cursando o supletivo, antes de entrar na faculdade. Na
cooperativa, o pessoal recolhe da rua, muitos livros, revistas, jornais. Quando
Laissa encontrava tudo isso, ela usava para colocar os estudos em dia.
Com esforço e dedicação, Laissa
conseguiu ser aprovada para uma faculdade particular, onde cursa gestão
ambiental, mas fez uma prova de transferência e conseguiu entrar na USP, a
maior universidade pública do país. Ela revela que está em um mundo totalmente
diferente do dela e constata que a presença de negros/as nas universidades ainda
é muito pouco.
A história de Laissa Sobral tem
sido inspiração para outros jovens que fazem parte da cooperativa de
reciclagem.
“Eu quero transformar o meu
conhecimento em melhorias para a categoria de catadores. Somos muito, muito,
muito inteligentes, que não é porque estamos no meio do lixo que somos lixo”,
avisa Laissa.
A história de Walkiria Benites
começa em Campo Grande (MS), onde ela trabalhava como gari. Das 7h da manhã às
15h, seis dias por semana, ela tinha que limpar 40 quadras.
Diferente de Laissa, Walkiria não via um livro há muito tempo. Ela ficou 12 anos longe dos estudos, sem pisar numa sala de aula, mas não desanimou. Quando decidiu que ia fazer a faculdade, se inscreveu num cursinho, pra revisar o conteúdo.
Diferente de Laissa, Walkiria não via um livro há muito tempo. Ela ficou 12 anos longe dos estudos, sem pisar numa sala de aula, mas não desanimou. Quando decidiu que ia fazer a faculdade, se inscreveu num cursinho, pra revisar o conteúdo.
Walkiria mudou-se para Dourados e está cursando ciências
biológicas, em uma universidade federal.
Quando foi fazer o vestibular, tinha 60 vagas, 168 candidatos, e
Walkiria ficou em 26º lugar. Largou a vida de gari, mas não está fácil se
manter na nova cidade: ela agora trabalha como faxineira.
A história de Laissa Sobral e Walkiria Benites mostra que nem
sempre importa o local onde nascemos nem onde vivemos para correr atrás do que queremos. Com certeza, não é fácil vencer tantas barreiras impostas pela
sociedade, principalmente a mulheres indígenas e negras, como Walkiria e
Laissa. Mas elas driblaram todos os preconceitos e dificuldades e hoje estão fazendo
o curso que escolheram e começando a trilhar um novo caminho, abrindo espaço
para outras mulheres.
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