quinta-feira, 5 de julho de 2012

Feministas realizam ato público para denunciar violência contra as mulheres


A praça da Paz, no bairro dos Bancários, em João Pessoa, será palco nesta sexta-feira (06), a partir das 17h, do ato público “Luto e Luta – Pelo Fim da Violência contra as Mulheres”.

A ação está sendo realizada pela Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraíba, Frente Feminista do Levante, Marcha das Vadias, Cunhã – Coletivo Feminista e Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL). Rodas de diálogo, batucada feminista e intervenções de denúncia à violência contra as mulheres no estado da PB, marcarão o ato, que deve acontecer todos os meses em locais diferentes da cidade. As organizações também elaboraram uma carta aberta para a imprensa, alertando para o modo que a mídia trata os casos de violência de gênero, de maneira sensacionalista. Mais de 30 grupos feministas assinaram o documento

De acordo com uma das organizadoras, Raquel Stanick, o ato público “Luto e Luta” pretende chamar a atenção do poder público e da sociedade em geral para o alto índice de assassinatos de mulheres na Paraíba. “Até o dia 25 de junho, cerca de 80 mulheres foram mortas. A cada duas horas uma mulher é assassinada no Brasil e o principal suspeito é o homem com quem ela estava ou está se relacionando”, alerta Raquel. Entre as vítimas do que especialistas chamam de feminicídio ou femicídio está a professora universitária, Brigída Lourenço, de 27 anos, que foi morta pelo seu ex-companheiro, o fotografo, Gilberto Stuckert Neto, que está foragido e é considerado culpado pela polícia, e não mais suspeito, pela morte da professora. Outros crimes que continuam com os suspeitos soltos é o das estudantes Aryane Thays Carneiro, de 21 anos (que estava grávida quando foi assassinada) e de Rebeca Cristina, de 15 anos.

Para Terlúcia Silva, coordenadora executiva da Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na PB, que também está organizando o ato, ações como estas são fundamentais para mostrar a realidade da violência para a população e cobrar políticas públicas de segurança ao estado. “Através destes atos, queremos fortalecer nossa luta pelo fim da violência contra as mulheres”., afirmou. Em 2008, Terlúcia Silva realizou uma pesquisa no Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra, que atende vítimas de violência doméstica da região metropolitana de João Pessoa, onde constatou que 74% das mulheres atendidas pelo serviço eram negras. O Mapa da Violência 2012, recém lançado, aponta a Paraíba como o 4º estado que mais mata mulheres no Brasil. A Capital, João Pessoa, está na 12º posição.

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